É curioso como algumas pessoas nos
acham diferentes. É verdade que Tiago deixou crescer uma barba ruiva imensa. E
que eu raspei a cabeça no início do ano por conta de uma luta inglória com
piolhos, e agora as madeixas vêm crescendo sem controle ou harmonia.
Mas o que creio que chama a atenção
das pessoas é estarmos sempre com as crianças, com a dedicação e importância
que elas merecem. Ou, para quem nos conhece um pouco mais, as experiências que
vimos nos propondo a viver, nosso estilo de vida.
Em nossa primeira viagem paramos
para almoçar em um posto de gasolina num grande entroncamento de estradas.
Voltávamos de Alto Paraíso de Goiás, já na altura de Minas Gerais. Estávamos assim,
divididos entre atender o ritmo e curiosidade das crianças e a nossa ansiedade
por terminar a viagem quando uma das funcionárias, que nos observava, me
perguntou se éramos assim por causa de alguma religião.
Em Juiz de Fora, onde pernoitamos
entre Terra Una e Aimorés, saímos a caminhar no feriado de dia das crianças por
uma avenida principal do centro da cidade, em busca de uma agência bancária.
Íamos no ritmo das crias, por isso nos dividimos. Quando me encontrei com Tiago
ele respondia aos questionamentos de uma passante que, com cara de aprovação,
me perguntou: “vocês são hippies? que legal!”. E eu: “não, por que?” Não lembro
bem o que ela respondeu, mas saiu sorrindo e contente.
Em Aimorés, um dos estudantes
residentes, que nos acompanhou na trilha pelo Instituto Terra, nos perguntou sobre
permacultura. Não sabemos muito, na verdade é bem pouco nosso contato mas temos
interesse crescente e vontade de fazer alguns cursos que já assuntamos. Foi só
mencionar isso que ele se empolgou, pediu meus contatos, compartilhou nossa
conversa com outros estudantes que também vieram conversar conosco.
Fico surpresa de ver como pequenas
mudanças fora da caixinha, do sistema, mobilizam as pessoas. Elas nem sabem bem
porque, mas aprovam, querem saber mais, entender, se inspirar.
Nem nós sabemos bem, estamos em constante
busca. Como disse o eterno ídolo da adolescência Renato Russo: “vocês acham que
eu tenho as respostas, mas eu nem sei as perguntas!”
Sou da mesma tribo!
ResponderExcluirJá sei algumas perguntas!
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