segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Sobre Odes e Outros Amores


 
Filho meu

Menino vento
Mais cabeça que corpo

Anda flutuando
Flutua ao pisar
Se perde e se encontra no seu tempo, à sua maneira

Abridor natural de caminhos, chegou trazendo clareira
Guerreiro, dispõe suas armas
Me traz pra terra, espelho meu
Te ver é renovada chance
É jogar outra vez

Menino vento
Bem sabem os pássaros por onde voas



Eloísa


Uma menina de cachinhos
Uma menina sem cachinhos
Uma menina sapeca
Um braço quebrado
Que não segura seu fogo

Uma menina que brinca
Uma menina que ri
Uma menina que faz rir
Que chora
Que cria
Que inventa uma história
Que decora e declama outra

Menina. Que chegou na banheira
Que ganhou do irmão seu nome
Que foi presente da família inteira

Menina amada
Dourada
Iluminada
Como alegra nossa vida a cada manhã!















Ode Ao Meu Corpo

Esse corpo de tantos anos
Tão gentil
Tão fiel, mesmo nas suas infidelidades
Esse corpo que me acompanha e que eu também acompanho em seus prazeres, suas dores, suas travas, seus amores
Esse corpo tão distante, desconhecido
Que me inquieta, me representa
Abriga essa mente dominante
Meu condutor nessa aventura terrestre

Um corpo. Uma alma. Uma mente
Tantas histórias

Conhecê-lo
Tocá-lo
Escutá-lo em suas falas tão sutis
É preciso não se distrair para ouvi-lo
Atentar para suas mudanças climáticas
Amar esse corpo
Admirar sua força
Sua presença
Sua inteireza tantas vezes despercebida

Concreto
Existo porque tenho corpo
Existo pois sou corpo
Esse corpo sou eu






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