“Não
precisa chorar por isso”. Quem define se algo é ou não motivo
para chorar senão a pessoa que o vivencia?
Mas
quantas vezes julgamos as reações de nossos filhos e decidimos que
algo não é motivo suficiente para a reação que presenciamos.
Julgar.
Julgamos o tempo todo. E nomeamos o nosso veredito sem dó, piedade
ou censura.
Lembro-me
de ser sempre chamada de resmungona.
Me sentia tão agredida! E incompreendida. Tudo o que eu queria era
amor e atenção. Mas recebia mais rejeição. Resultado: mais
comportamento indesejado, num ciclo vicioso que me fez muito mal,
arruinou relações e marcou negativamente minha vida por muito
tempo.
Ainda
não consegui colocar o limite em familiares que exclamam para o
Miguel: “Por que você está resmungando?” Resmungando!? Ele está
apenas expressando sua insatisfação. Como é difícil lidar com a
dor do outro.
Certa
vez, depois de passar alguns dias com familiares, uma pessoa observou
sobre o Miguel: “Como ele é mal humorado. Como muda de humor.”,
ao que eu respondia: “Como todo mundo!”
Como
todo mundo, poxa! Todo mundo tem oscilações de humor. Aprendemos a
controlar, a disfarçar, mas não somos seres de bem com a vida cem
por cento do tempo.
As
crianças expressam isso claramente, são transparentes, não
aprenderam a usar filtros sociais. Que bom!
Amar
e aceitar as crianças por inteiro, nos momentos bons e nos ruins.
Isso é amor incondicional.
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