Às vezes chegamos a
um lugar em que nos sentimos seguras, donas da situação: sei
lidar com meu filho, sei como ele age e reage, sei o que fazer e o
que não fazer. E o retorno parece certeiro, principalmente aos
olhos de outras pessoas que comentam como ele é tranquilo,
“bonzinho”, fácil de lidar. É aí que mora o perigo. Sim, pois
é muito fácil, a partir daí, “ligar o automático” e se
esquecer de estar presente e conectada de fato. É como se estivesse
tudo “sob controle”, e então o caos se instala.
Os últimos foram
dias difíceis. Muitas mudanças: desmame, mudança de casa. Nos
últimos 10 dias dei muito pouca atenção ao Miguel, isso depois de
passarmos por um desmame doloroso, muito sentido por ele que, até
hoje, pede pra mamar.
Pois sofri as
consequências de achar que estava tudo sob controle e de me
“ausentar” da relação. Miguel era outra criança: irritado,
choroso, querendo só colo, pouco colaborativo, mandão, teimoso,
indócil, insatisfeito, agressivo até.
Tive que voltar ao
chão, retomar o contato, parar tudo e olhá-lo, ouvi-lo, afagá-lo.
E era tudo tão óbvio, tão evidente que o “caminho mais fácil”
é o mais difícil, que evitar “perder tempo” no meio da mudança
para estar de fato com ele implicaria em perda de tempo real tentando
apaziguar os ânimos, meu e dele.
É um reaprendizado
diário, um lembrete contínuo de que não se deve descuidar da
presença, do carinho, da atenção, do amor.
Foi essa a lição
que esses dias me trouxeram: a conexão nossa de cada dia, todo dia,
sem acomodação nem descuido.
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