Eu queria muito escrever um texto
sobre as maravilhas dessa viagem, da região em que estamos, do que estamos
vivendo. Pensei até num título: “nem tudo são dores”, já que meus dois últimos
posts foram um lamento só. Mas não consigo!
Gente, alguém me salva de mim.
Busquei muito esse momento de estar num, digamos, vazio, sem compromissos,
obrigações, agenda. Queria só estar, curtir a praia, a família, os amigos novos
e antigos. A única questão é que EU vim junto na viagem!!!
Tenho tido contato direto com meus
humores, em especial os maus. Com minha insatisfação, meu jeito crítico e
autocrítico, minhas culpas. To tão perto de mim!
Outro dia fui fazer uma massagem
divina. Era a 5ª sessão e no meio dessas a massoterapeuta já havia cancelado
alguns dos encontros por pelo menos 5 vezes. Todos motivos justificáveis. Mas 5
vezes! Eu fui super empática em todas. Aprendi a ser, a não bater depois
perguntar, a me colocar no lugar do outro. Mas o curioso é que na nossa última
conversa ela me revelou que me acha brava. Brava!? Tá, eu sou brava, mas achei
que estava disfarçando bem. Só que não, essa energia brava tá em mim, vibrando,
me revelando pras outras pessoas.
Também confirmei minha dificuldade
de relaxar, de deixar fluir, de não cobrar. Hoje, depois de 40 dias na praia,
consegui ir pro mar sozinha e sem culpa, relaxar um pouco.
Apesar dessas constatações, to
contente. Saquei minha falta de leveza e isso me deixou tão mais leve, tão mais
tranquila. To aqui escrevendo tendo o céu, o mar, os coqueiros, o vento na
minha frente. E com tempo pra fazer isso. Tudo tão gostoso.
Então pude entender que esse
primeiro momento da viagem foi pra isso, pra chegar no fundo do meu poço
(espero ter chegado). Agora posso iniciar a curva ascendente já que me
descasquei pra mim mesma, me vi cruamente.
Quero ser uma boa companhia, quero
que o agora valha a pena, quero não deixar para meus filhos a lembrança de uma
mãe mau humorada, amargurada, insatisfeita. Por isso preciso olhar pra essa
mulher, buscar de onde vem isso e assim dar um longo passo em direção à leveza.
Lá vou eu!
Nenhum comentário:
Postar um comentário